Este rabisco foi um desabafo, um grito de socorro abafado, sufocado, entalado na garganta. Lembro-me como se fosse hoje o momento que o escrevi. Encontrava-me aos prantos e completamente perdida neste dia (21/10/95). E hoje ao encontrar um velho diário, não hesitei um momento sequer em passá-lo pra cá.
Por que não pego o telefone e não te ligo?
Por que não acabo logo com isso?
Por que permito que me magoe e me fira com suas ironias e perguntas sem sentido?
Deveria eu perturbar seu sono com um telefonema.
Já que há meses me rouba o sono com sua ausência.
Deveria sim te ligar e cobrar minha adolescência perdida,
fazendo você perceber que a sua volta ainda existem vidas.
O tempo passa e daqui não levamos nada.
É preciso construir bens e firmar-se ao chão.
Mais nada disso tem valor se for construído com dores de um coração.
Pois comemorar sozinho, não tem a menor graça e quando você se der conta perceberá que terá trocado seus filhos, amigos, sua família por algo que pode não ter tanto valor assim. E poderá ser tarde pra ganhar o perdão daqueles que por puro capricho você deixou pra trás. Não posso julgá-lo pelo que nos fez passar, pois talvez você nem saiba o quanto sua partida nos fez sofrer, me fez chorar. Talvez você nem tenha notado a falta que nos fez.
Hoje seu maior aliado é o Presente e certamente ele será seu maior parceiro no Futuro. E se hoje nós somos incômodos no seu Presente... No futuro, suas decisões serão nosso Passado. E se até lá, fomos apenas lembranças... Reze pra que em seu Futuro eu seja no mínimo sua Esperança.
Por. Bell.B
(E se até lá, fomos apenas lembranças... Reze pra que em seu Futuro eu seja no mínimo sua Esperança.) Perfeito*-*
ResponderExcluirEscrevi esse texto um ano depois que meu pai foi embora de casa. rs Acho que essa foi a minha primeira dor de amor.
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