13 dezembro 2011

Tão Dele

E no silêncio que ele faz e nos gritos mudos que ela dá...
... Ela é tão dele, Ele é tão dela, eles são tão um do outro.

Ela é a lógica do vento que atinge o rosto dele nas horas de solidão, Ele é o caos que inquieta os pensamentos dela. Ela é a paz contida no calar dele, Ele é a órbita que a traga e a joga no Tempo, um tempo pra ela, com ele, deles. Ela é a pausa mais longa entre a respiração dele, o suspiro mais fundo quando os olhos dele fixam os retratos dela, o sorriso dela, o olhar dela, a alma presa na foto, que só através dos olhos dele... se liberta. Ele é o cochicho da certeza, que canta no ouvido dela "eu te amo", o sussurro que impulsiona a intuição dela, que à arremessa a cada passo adiante sem medo, sem freio, certa. Ela é a curva imaginária que ele traceja no ar, que ele risca no papel, que ele vê em um número... na curva do quadril dela, que não começa e nem termina, a volta no universo que finda a certeza, de que esta na pele dela, a vida dele. De que esta na ponta dos dedos dele, a alma dela. 
Por. Bell.B

Diz Mais


O silêncio diz mais... Pior que o meu silêncio é a tua voz, que só ouço em meus pensamentos. Simples, rápidas, em frases tão óbvias quanto enigmáticas. Ah... Este calar entre nossos lábios, mirados a olhares não mais tão mirados, olhares que caçam em lacunas a coletividade do estar, numa tentativa desesperada de fazer falar e romper a pulso este que grita sem se pronunciar. Tantas são as coisas que revelamos com a quietude, aquela que se pronuncia através de uma discussão fútil ou se desencadeia pela falta de entendimento de uma das partes, que tentamos fazer entender... “e o mais engraçado é que está parte nunca é você"E do nada, depois de tantos dias lado a lado sem uma  fala sequer, rompem-se as muralhas do não dizer, com um beijo inesperado, rouco de falas, aquelas que não dizem uma só palavra, porém expressão os mais despudorados sentidos e carregam na ponta da língua os desabafos mais desesperados... “e você beija o vazio, preenchendo a lacuna que tanto lhe falta”.


Traga-me, engole-me, toma-me, devora-me!


Estas tão batidas linhas que ao ouvir ou dizer a faz sentir e realmente parecem nunca terem sido vividas, e você permanece ali, extasiada, irritada, excitada e se esquece de tudo que passou, dos dias que atravessou, querendo dizer e acaba falando coisas, que nada tem haver com o momento que se encontra, só pra não perder a oportunidade de expor, de exibir, de mostrar tudo que tem guardo só pra você. E assim... Perdoa o imperdoável e se mantém junto, ainda que tudo faça força pra mantê-los separados, e vai além de tentar entender e querer explicar o que é que há com você, e ultrapassa a linha de raciocínio lógico, que deixaria claro o que acontece e a impede de continuar a viver, e você se cala, senta-se, aquieta-se com sua inquietude e não faz mais nada, pra tentar vencer... Porque a única certeza que se tem, é que o fim começou e o inicio não depende mais de você.
Por. Bell.B

A Bailarina

Ela caminhava a sua volta e ele a via flutuar em pontas de pé como se estivesse dançando sobre pontas de sapatilhas... Ele sorria, sorria dela, pra ela, com ela. Ela deslizava as pontas dos dedos sobre os olhos dele, exibindo as serrinhas dos dentes entre os lábios estrategicamente abertos. Ele contornava os lábios com a ponta da língua, fechando levemente os olhos enquanto as digitais dela repousavam sobre as pálpebras dele. Ela não falava baixo, não cochichava, nunca fazia isso ao pé do ouvido dele, porque ela sabia que quando as palavras faltavam, bastava que mirasse o olhar no dele, pra que ele espremesse da íris dela, cada frase não dita... E embora ela soubesse que ele sabia, ela aproximava os lábios nos dele, e rindo docemente, sussurrava dentro da boca dele "as verdades que sua alma sentia". Contava-lhe tudo em apenas três palavras, em um tom quase que imperceptível... E Ele entre abria os lábios, e usurpava o “Eu Te Amo” dela, como se aquilo lhe bastasse para matar a fome, pra saciar-lhe a sede, pra suprir toda e qualquer necessidade fisiológica que seu corpo pudesse cobrar. Ela exibia coisas que ninguém mais exibia, ele ficava completamente abobalhado com as coisas que ela fazia, e rindo, e tentando entender, tentando achar o que, de fato, naquilo o encantava tanto, percebia... não eram as coisas que ela dizia, era o jeito dela falar, a forma em que ela conseguia expressar o que sentia no timbre da voz, fosse raiva ou alegria, era isso que o deixava tonto, não eram os textos bem escritos e as colocações verbais bem colocadas, não eram as coisas absurdas que ela criava, nem as palavras que ela inventava e que se quer existiam, que o prendia na leitura. Era a maneira em que ela deitava a caneta pro lado direito enquanto escrevia, o barulho que faziam as unhas dela ao digitar, que passavam para Ele o que ela sentia, era isso que o fazia fixar os olhos em cada próxima linha. Não eram os gritos de ira dela por ciúmes, não eram as lágrimas delas por alguma frase mal dita, não eram os pulos que ela dava quando feliz ao vê-lo... Eram os olhos dela, eram aqueles círculos castanhos e iluminados, que faziam da visão dele, o colorir do mundo, e que refletiam no dela o porque de tudo.

Ele se perguntava: - continuo? Ela murmurava: - continuo? 

E calados, com os olhos colocados (na tela) um no outro, 
escutavam o silêncio, que sussurrava a eles num tom profundo...  
“o silêncio de vocês inquieta o resto do mundo”.

E ele se perguntava: - faço-a feliz? E ela se questionava: - faço-o feliz? 

E rompia entre eles o pulsar de seus corações descompassados 
e atrevidos que juntos respondiam... 
“a inquietude de vocês, silencia o mundo”.
Por. Bell.B

Deixa?

Eu quero te olhar, só te olhar... Deixa?
Dedilhar sua face, fotografar teu sorriso, roubar sua respiração... Posso?
Eu quero fixar meus olhos nos teus, percorrer tuas linhas de expressão com a minha retina, inspirar teus suspiros... Deixa? Eu quero jogar o tempo fora, usar teus pelos pra atiçar minha pele, quero usar tua saliva pra matar minha sede... Posso? Eu preciso aquecer-me em teu colo, eu preciso esconder-te em meu corpo, aninhar-me em teu colo, repousar em você... Deixa?

Atravessa-me, finda-te em mim.

Faz do meu corpo teu refúgio. Repeti o que não canso de ouvir, o que peço a Deus que não se canse de dizer. (...) Eu te olho e o ar me falta sabia? Eu te olho e me perco em mim, e quando te olho, descubro como se eu não soubesse, que tudo isso que sinto ao te ver não é nada novo, mas queima por dentro como se eu tivesse acabado de te conhecer.
Por. Bell.B

I Sing

Através da música exponho, exibo, demonstro o que sinto. Meu humor é instável assim como o meu "gosto" musical é bem ECLÉTICO, altera-se conforme meu estado de ESPIRITO. Porém não me define, apenas resume em "notas" o que meus lábios não "pronunciam". Ganhar uma canção... é como ser agraciado com os "sussurros mais íntimos da alma", é como poder sentir as vibrações da áurea de quem não consegue ao certo "explicar" o que quer dizer,  mas sabe exatamente o que a canção "faz sentir". Quando as palavras me faltam... I Sing! 
Por. Bell.B

Imperfeito

As palavras são tão imperfeitas, não foram feitas para expressar algo tão intenso, tão complexo como sentimentos. Amor, o mais complexo deles, é descrito numa palavra pequena, apenas quatro letras, quando nela, deveria caber tudo o que no mundo há. Amor é tesão, é paixão é também perdão, compaixão, compreensão. Amor também é ternura, carinho, que tudo cura. Às vezes, amor também é amargura. Amor também é ciúme, queixumes, desejos de possessão. Amor é dor, escravidão e libertação.Amor é este desejo que me leva a loucura, é esta dor que me tortura, o anseio de fusão. Amor também é esta imensa ternura, que o perverso ciúme às vezes cura. É também perder a razão e se jogar no abismo da incompreensão. Amor também é separação, quedas, levantes, trocar de sapatos, seguir adiante. Amar é querer até desfalecer. É achar que vai morrer, se nosso amado a gente deixar de ver. Amar também é não conseguir esquecer, pois por mais que a cabeça possa querer, o coração não a deixa vencer. Por isso não adoeço, nosso amor me ajuda, por isso não fraquejo, nosso amor me estrutura, por isso não morremos, nosso amor nos CURA.
Por. Bell.B

12 dezembro 2011

Ele Não a Deixa

Sintoniza uma estação qualquer, se atira na cama, apanha o livro de cabeceira e fixa os olhos nas ultimas linhas, afim de recordar o capitulo anterior. (Sorri) Rele mais uma vez a linha que já havia lido, desvia o olhar, retoma as linhas... fecha o livro. (Suspira) Coloca o livro de lado, aperta o "play" coloca os fones, leva os braços cruzados para trás da cabeça amparando a nuca... Direcionando o olhar pro teto. (Contorna delicadamente os lábios com a língua)
Fecha os olhos, abre, pensa, nem sequer escuta o que toca ao fundo, sorri pro nada, do nada, por pensar em tudo.  (Inspira) Sente apertar o peito, encolhe-se abraçando o travesseiro, aperta, aperta-o com força e sente algo por sua face escorrendo.  (Chora) Olha o relógio, escuta com atenção momentânea o áudio ao fundo, reconhece a música... apavora-se.

(Apanha o livro) 
Senta-se na cama, limpa a memória, conduz o olhar a leitura, respira e diz a si mesma: 
- Controla-te!
Arremessa o livro contra parede, levanta, taca longe aquele que aparentemente lhe controla a hora, desliga aquele que teima em tirar a sua concentração com antigas memórias.
(Anda pela sala, senta, levanta...)


Abre a janela, deixa o vento acariciar sua face, invadir o seu quarto... esta em toda a casa. (Se deita)
Vira de lado, o vê sorrir... lhe sorri de volta. Se pergunta por uma, duas, tantas:
- Como pode ? Como é possivel ? Who are you ?
Por. Bell.B

Me faça Sentir


Quer saber o que eu penso?
Você aguentaria conhecer minha verdade? Pois tome. Prove. Sinta.
Eu tenho preguiça de quem não comete erros. Tenho profundo sono de quem prefere o morno. Eu gosto do risco. Dos que arriscam. Tenho admiração nata por quem segue o coração. Eu acredito nas pessoas livres. Liberdade de ser. Coragem boa de se mostrar. Dar a cara a tapa!
Ser louca, estranha, chata! Eu sou assim.

Tenho um milhão de defeitos. Sou volúvel. Sou viciada em gente. E adoro ficar sozinha. Mas eu vivo para sentir. Por isso, eu te peço. Me provoque. Me beije a boca. Me desafie. Me tire do sério. Me tire do tédio. Vire meu mundo do avesso! Mas, pelo amor de Deus, me faça sentir... Um beliscãozinho que for, me dê. Eu quero rir até a barriga doer. Chorar e ficar com cara de sapo. Este é o meu alimento!
Por.Clarice Lispector

Alô

Vinha a certeza de que, de repente, alguém diria:telefone para você!
E do outro lado da linha, aquela voz conhecida diria: - sinto falta, quero voltar...!
Por.Caio Fernando de Abreu

Fragmentos

Nada mais restou, meu coração ficou incompleto (vazio), desde aquele momento em que me disse adeus (sem se despedir), pedaços de mim (fragmentos) do meu corpo, da minha alma, do meu coração ficaram espalhados pelo tempo, e no escuro dessa solidão não consigo encontrá-los (te encontrar). E me pergunto agora (o tempo todo)... Aonde é que você está?!
Por. Bell.B

Coisas Idiotas


E por alguns segundos eu segurei a respiração e nesse meio tempo ele apenas me olhava. E quando tomei fôlego pra dizer o que pensava, meus olhos sussurram pra ele, num tom trêmulo e doído da minha voz. "é tudo mentira... ela faz coisas idiotas quando sente medo"
Por. Bell.B

Essas Coisas


Nem preciso dizer o quanto adoro essas coisas... Riscar coisas sem sentindo, desenhar em cantinhos de folhas, soprar bolinhas de sabão do oitavo andar, riscar as paredes do quarto, doces, salgadinhos, danoninho... sopa de letrinha!!! Eu fico rindo de mim mesma e tentando entender, como foi que... Que alguém como você, foi se interessar, foi querer, foi amar uma pessoa assim, tão... Tão complicada, tão infantil, tão estranha! E quando tento achar essas respostas, a única frase que vem a cabeça, a única coisa que consigo repetir uma, duas, e tantas vezes, é... Te amo Amo te Amo
Por. Bell.B

Jeito

Eu te amo de um jeito tão impossível que é como se eu nem te amasse. 
E aí eu desencano desse amor, de tanto que eu encano.
Por.Tati Bernardi

O Silêncio é Ela


O homem, com a experiência acumulada, resolveu tomar cuidado no último relacionamento, porque sabia que estava longe de ser o último. Não trouxe a mulher para casa, a fim de não associar cômodos e objetos a ela. Evitou pescoço e orelhas, já que o mesmo perfume poderia estar em efemeridades ulteriores. Mas o cuidado maior foi com os ouvidos... Durante todo o tempo em que estiveram juntos, o homem simplesmente não ouviu música alguma, para que, quando tudo acabasse, nenhuma melodia sussurrasse o nome dela.


Hoje, ele não suporta mais ficar em silêncio... O silêncio é ela!
Por.JCT

Mais que Sorriso

Ela é mais que um sorriso tímido de canto de boca, dos que você sabe que ela soube o que você quis dizer. Ela fala com o coração e sabe que o amor, não é qualquer um que consegue ter. Ela é a sensibilidade de alguém que não entende o que veio fazer nessa vida, mas vive.
Por.Caio Fernando de Abreu

Tênue

Nos dias seguintes ao dia em que estivera deitada no ombro dele tão proximamente nu também, no fundo de um sonho, conseguia reencontrá-lo. Pois havia outros detalhes, semanas depois ainda tentava lembrar. Havia um cheiro, por exemplo. Tênue, quase perverso. Intimidade úmida, limpa, nas dobras da carne suada, preservada na própria pele.
Por.Caio Fernando de Abreu

11 dezembro 2011

Razões

Por razões que desconheço, nossas aproximações foram sempre pela metade. Interrompidas. Um passo para a frente e cem para trás. Retrocessos. Descaminhos. E me pergunto se, quem sabe um dia, na hora certa, nosso encontro pode acontecer por inteiro.
Por.Caio Fernando de Abreu

Só Meu


Neste silêncio que é só meu...
... tudo nasce e tudo morre.
Por.Bruno de Paula

Memórias

Acho que a única razão de sermos tão apegados em memórias, 
é que elas não mudam, mesmo que as pessoas tenham mudado.

Me Sinta

Não quero alguém que me toque... Quero alguém que me sinta!
Por.Samantha Bader 

Verdade Inventada

Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido.Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido.
 Eu não: - quero é uma verdade inventada.
Por.Clarice Lispector

Enfim

Silenciou enfim todas as justificativas que tinha, 
afim de fazer-se ouvir então apenas pelo batimento do seu coração...
Por. Bell.B

Não Vou Voar

( ... )
É que eu ando chorando baixinho pelos cômodos da casa, contornando com as pontinhas dos dedos seu sorriso fixo no retrato, suspirando saudades tão doídas, mas tão doídas que nem mesmo meu ultimo machucado sério foi capaz de me fazer sentir tanto. Hora e outra, me pego abafando gritos contra o travesseiro, apertando as mãos com tamanha força que sequer noto estar marcando nas palmas a vermelhidão causada pelas pontinhas das unhas. Acho que isso é descontrole, acho que é falta, acho que isso é saudade, ou será que isso é desespero? Eu nem sei, não sei, só sei que as coisas mudam bruscamente quando você não está, quando eu não estou, porque quando você vai, eu vou! E fica então alguém “aqui”, vagando lembranças, chorando saudades, vivendo dores, fica alguém em mim “aqui” dentro, triste, calada, frustrada, revoltada por não poder fazer nada, absolutamente nada que seja capaz de mudar esse sentimento. A vida esta passando lá fora, com ela, dias de sol, outros chuvosos e em mim nada muda, as nuvens não se dissipam, as cores não tem pigmentação, perdi o tato, perdi a vontade, perdi a noção. E nessas horas impiedosas, e nesses momentos desesperadores, coloco-me em prece, peço a Deus forças, sim, preciso ser forte, preciso suportar, preciso aguentar, pra que no fim, eu possa tocá-lo, eu possa abraçá-lo, eu possa olhar-te nos olhos e que mesmo que neles aja lágrima, que você veja no choro não a dor dos dias sem ti mas sim a emoção de revê-lo. E que por trás do castanho escuro da minha íris, você possa ver claramente que as janelas de minha alma só vivem através da luz do seu olhar, e se elas sobrevivem, se elas não se selam em tua ausência, é por saberem que está em ti a chave, o segredo, o mistério, que é tua a solução e que somente você é capaz de transformar, mudar, colorir o mundo e mostrar à mim, os encantamentos da vida, as cores por trás das cores, o perfume dentro dos perfumes, o verdadeiro significado da palavra AMAR. Eu nunca soube ao certo o porque das asas, as tinha, mas não as reconhecia, dado certo momento, acreditei que eram pra encantar, enobrecer, me prevalecer, e elas me serviram pra muitos momentos desses... Embora eu continuasse a acreditar nisso, alguém me fez deixar de crer e passar a entender o porque delas. Ele estava ali, cabisbaixo, meio pensativo, contornou com as pontinhas dos dedos a silhueta alada que eu carregava, e desse dia em diante descobri a magnitude de ter asas. Eu então passei a revoá-lo, observar do alto o que só com os pés no chão eu poderia alcançar, entendi que quando se aprende a voar, o céu não é o limite, mas se você tem com quem caminhar, ter asas passa a ser apenas uma forma de escapar do que não se pode resolver... eu fecho as minhas asas em você. Não importa o que temos que enfrentar, EU NÃO VOU VOAR.
Por. Bell.B

Não Queria


Não queria mais ler o livro que passará a maior parte do tempo a consolá-la, não queria mais ouvir as tantas músicas que por tantas vezes os embalava, não queria mas pensar no que passou tanto tempo temendo em mencionar. Ela queria ele, ele projetou-se diante dela, ela queria não querer mais nada, ela não podia querer nada, mais assim como sempre e pra sempre, ela o queria. Queria como se nunca o tivesse tido, queria como se querer não fosse uma forma de nostalgia, ela sempre o quis, ela o queria, ela quer, ela quererá pra sempre que nunca seja ela, um simples “ um dia eu já a quis” dele.

Por. Bell.B

Silêncio Amoroso

Preciso do teu silêncio cúmplice sobre minhas falhas. Não fale... Um sopro, a menor vogal pode me desamparar.E se eu abrir a boca, minha alma vai rachar.O silêncio, aprendo, pode construir. É um modo denso/tenso de coexistir. Calar, às vezes... é fina forma de amar.
Por.Affonso Romano

Sós


Quantas vezes tentaram adivinhar o que sentíamos, e erraram. Julgaram nossas ações, e erraram. Tiveram certeza sobre nossos propósitos, erraram. 
O que somos de verdade e o que queremos de fato, só nós sabemos.... Só nós.
Por. Martha Medeiros

Distraídos

Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que, por admiração, se estava de boca entreaberta: - eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque - a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras - e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos! Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos.
Por.Clarice Lispector

Ladrão de Sentimentos

Ele tinha roubado dela o que ela não foi capaz de entregar a ninguém. 
As lágrimas mais salgadas, os suspiros mais longos, as dúvidas mais inquietantes, os cortes mais profundos...

Por. Bell.B

Incomum

... e quando parei então de querer compreender o que sequer tem explicação, comecei a entender que o incomum, o incomparável, o inexplicável, o único... apenas se sente. E sentindo comecei a compreender que tudo aquilo que por muitas vezes tentei dizer e me faltaram palavras, que tudo aquilo que tentei mostrar e a ponta do meu indicador não alcançava, que tudo aquilo que denunciavam os meus olhos sem meus lábios terem que pronunciar uma única palavra era AMOR. Um amor que sofreu, que viveu, que lutou e que nunca, por mais que o tempo tenha passado... morreu.
Por. Bell.B

Resquícios

... Sim, ela gostava de estar só.

Só com seus livros e manias.
Só com seus pensamentos e pantufas.
Só com sua música predileta sendo encenada em frente ao espelho.
Só com seu cabelo desarrumado e sua carinha de sono.
Só com seus medos e seu mp4.
Só com suas lembranças e seus sorrisos...

Ela gostava da solidão. Porque era apenas nesse estado em que ela era capaz de ouvir os ecos dos seus mais profundos e verdadeiros sentimentos, porque era só desta forma, que ela conseguia chegar a ele, mesmo sem saber, aonde exatamente ele se encontrava.
Por. Bell.B

Ferida Aberta


Eu passei horas e horas e horas deitada, rolando de um lado pro outro, fechando e abrindo os olhos, colocando o travesseiro no rosto, ouvido repetidamente a mesma música (Come away with innocence, and leave me with my sins...) e pensando em muitas outras. Pensando em maneiras de te dizer as mesmas coisas, arquitetando planos, pensando em saídas e soluções e olha pra mim ... (mais uma vez sem dormir quase nada, cansada descabelada, sem postura alguma, um lixo) ... o corpo anda tão cansado, a alma tão exausta que sem perceber, cochilo... Então num repente, acordo e nem sei se realmente dormi, porque passei muito tempo ouvindo meus pensamentos (So if you love me, let me go and run away before I know...) “respiro” (ligo, não ligo, mando sms não mando). Desperto no susto, com o discurso pronto depois de ter brigado com você horas, semanas, meses, anos, depois de ouvir seu silêncio (So save your breath, I will not hear...) depois de dizer pra você calar a boca, sair da minha vida, deixar os meus pensamentos. (me desespero, me arrependo, sinto raiva, choro) começo a escrever sem parar, sem saber, sem entender, respiro fundo, apago tudo que escrevi e ai ... (suspiros) ... ai eu começo tudo de novo!

Percebo que não me resta mais nada agora, não há mais nada a ser dito, não há mais nada que precise ser ouvido, porque se tento compreender não entendo e se começo a querer explicar o que sinto, as palavras perdem o sentido e isso acabou se tornando um circulo, um caminho longo e sofrido que termina sempre no mesmo lugar, é como se fossemos dependentes da dor, como se nutríssemos nossas chagas com as feridas latentes um do outro. Somos como viciados, sabemos dos problemas, dos danos, das conseqüências e ainda assim, preferimos sentir... (A ferida aberta que pulsa, que não cura, a dor que desejamos, que não passe nunca.)
Por. Bell.B


Ao som de  Snuff - Slipknot
"I only wish you weren't my friend... Then I could hurt you in the end"


Desordem

As coisas a minha volta acontecem todas juntas, ao mesmo tempo, como se eu tivesse que escolher um caminho e deixar todo o resto pra trás (isso me APAVORA). Acontecem muitas coisas dentro de mim e eu não consigo separar nada, esta tudo misturado, tudo embaralhado e quanto mais meto a mão nos nós, mais eu me ato. Tomei algumas decisões, fiz algumas escolhas, mas embora eu tenha "resolvido" alguns assuntos, muitos outros, ficaram pra trás. Eu me divido em partes e cada uma delas quer, pede, precisa de algo pra sobreviver, mas as necessidades de cada uma conflitam com a outra e não vou mais tentar abraçar o mundo (meus braços estão curtos demais). Estou cansada de cometer os mesmos erros, dar as mesas desculpas, explicar as mesmas coisas, agir como uma adolescente! Parte de mim quer, precisa, tira forças de você (SIM) não vou negar nem mentir, faz-me um bem enorme te ter por perto, e matá-me sempre e aos poucos, todas as vezes que brigamos por motivos fúteis e sem sentindo (e eu nem mais sei quem tem razão, quem esta certo ou não, o que faz ou não sentido). O que mais posso dizer pra fazê-lo entender? Quantas vezes mais, terei que te machucar, te ver sofrer, te ver se dilacerar na minha frente, sempre que digo (EU TE AMO), mas que é um amor diferente? O que faço com o resto de mim que sobra, depois que não sobra mais nada de você? O que faço com os meus pedaços, quando estou recolhendo os pedaços que parto de você? Deus... eu não sei mais o que fazer! E morrendo por dentro, e apunhalando minha alma te digo (vá, siga, não olhe pra trás) mas você se vira, você me olha, e lê no meu silêncio, o que suplica a minha alma (não me deixe! fica! espera! tenha calma!). E é nessa hora que me odeio, que não me suporto, que me sinto (SUJA). Que PORRA DE AMOR é esse que digo sentir? Que CARALHO de SENTIMENTO é esse que te faço sentir? Juntei forças, criei coragem, e vou deixá-lo ir, e mesmo que você se vire, mesmo que você olhe pra mim, desta vez, meus olhos estarão fechados e não iremos nos despedir.
Por. Bell.B

Porquê's

Não mais pronunciarei frases de efeito nem tampouco tentarei justificar os porque's dos meus sentimentos. Fecho hoje os meus olhos pra toda e qualquer verdade (não minha) que me faça sangrar, vedo agora meus lábios, silenciando toda e qualquer vontade que eu tenha, de vômitar minhas razões afim de me explicar. Não vou falar, não vou olhar, não vou ouvir... (mas sempre haverá uma canção, contando tudo...).
Por. Bell.B

Love In The Afternoon...♪



Você sorriu e disse:
- Eu gosto de você também.
Por.Renato Russo

Saudade

Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.
Por.Clarice Lispector

Nada


Ele: Vamos ser nada?
Ela: Nada porque?
Ele: Me disseram que é pra sempre!

Às Cegas


E, de qualquer forma, às cegas, às tontas, tenho feito o que acredito... 
... do jeito talvez torto que sei fazer.
Por.Caio Fernando de Abreu

Música


Quando se ouve boa música, fica-se com saudade de algo que nunca se teve... e nunca se terá!
Por.Samuel Howe

10 dezembro 2011

Talvez Loucura


Mas se eu tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais, por que ir em frente?
Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia, qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido. Eu prefiro viver a ilusão do quase, quando estou "quase" certa que desistindo naquele momento vou levar comigo uma coisa bonita. Quando eu "quase" tenho certeza que insistir naquilo vai me fazer sofrer, que insistir em algo ou alguém pode não terminar da melhor maneira, que pode não ser do jeito que eu queria que fosse, eu jogo tudo pro alto, sem arrependimentos futuros! Eu prefiro viver com a incerteza de poder ter dado certo, que com a certeza de ter acabado em dor. Talvez loucura, medo, eu diria covardia, loucura quem sabe!
Por.Caio Fernando de Abreu

Finito

Há sem dúvida quem ame o infinito. Há sem dúvida quem deseje o impossível. Há sem dúvida quem não queira nada... três tipos de "idealistas", e eu nenhum deles! Porque eu "amo infinitamente" o "finito", porque eu desejo impossivelmente "o possível", porque eu "quero tudo" ou "um pouco mais", se puder ser... Ou até se não puder!
Por.Álvaro de Campos

Único


E será inútil esforçar-se para esquecer. Tudo o que um dia se misturou, carregará consigo partículas do outro. Talvez venha o arrependimento, o recomeço, as cores voltem a brilhar como antes. Mas não se pode contar com isso. Não se pode contar com nada. O único caminho viável é viver e correr o sagrado risco do acaso. E substituir o destino pela probabilidade.
 Por.Clarice Lispector

Fui

Então eu sou o inverso todas as coisas boas que um dia fui...

A Tristeza Permitida


Se eu lhe disser que hoje não foi um dia como os outros, que não encontrei energia nem pra sentir culpa pela minha letargia, que hoje levantei devagar e tarde e que não tive vontade de nada, você vai reagir como?

                                                                     (...)

Eu não sei o que meu corpo abriga, nestas noites quentes de verão e não me importa que mil raios partam, qualquer sentido vago da razão, eu ando tão down... Lembra da música? Cazuza ainda dizia, lá no meio dos versos, que pega mal sofrer. Pois é, pega mal. Melhor sair pra balada, melhor forçar um sorriso, melhor dizer que está tudo bem, melhor desamarrar a cara. “Não quero te ver triste assim”, sussurrava Roberto Carlos em meio a outra música. Todos cantam a tristeza, mas poucos a enfrentam de fato. Os esforços não são para compreendê-la, e sim para disfarçá-la, sufocá-la, ela que, humilde, só quer usufruir do seu direito de existir, de assegurar seu espaço nesta sociedade que exalta apenas o oba-oba e a verborragia, e que desconfia de quem está calado demais. Claro que é melhor ser alegre que ser triste (agora é Vinícius), mas melhor mesmo é ninguém privar você de sentir o que for. Em tempo: na maioria das vezes, é a gente mesmo que não se permite estar alguns degraus abaixo da euforia.
Por.Martha Medeiros

Dama da Noite

... mas estou aqui parada, bêbada, pateta e ridícula, só porque no meio desse lixo todo procuro o verdadeiro amor. Cuidado comigo: um dia encontro.
Por.Caio Fernando de Abreu

Triste?

Não que estivesse triste, só não sentia mais nada.
Por.Caio Fernando de Abreu

Querer


O desejo dela era estar com ele o tempo inteiro. A vontade dele era de morar nela. Ele, que por muito tempo se perdeu dos seus desejos. Ela, a quem ele não dava nome. Que só existia entre quatro paredes, num amor que inventaram de ser proibido. Ele, que já não contava mais com o amor. Ela, que de tanto amar já não se achava capaz.
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Ela queria amar para sempre e para sempre ser amada, mas não buscava a promessa - não era ali que morava o para sempre. Ela o queria inteiro para si mesmo e tanto maior ao seu lado. Ela queria, não a promessa, mas a vontade. Ele queria, não a obrigação, mas a sorte. Eles queriam estar sempre começando de novo. Ela, que tinha uma história comprida, que vinha gastando no caminho. Ele, que há anos vinha arrastando o peso da sua. Muitas vezes ele pensava em desistir dela. E dela fugia. Mas era de si mesmo que ele fugia. E ela fugia dele, por pensar que por algum momento seu amor por ele era demais. Ele saía... Mas sempre voltava para casa.

Ela queria poder ser dele, mesmo não sendo. Queria então tomá-lo pela mão e desenharem juntos os caminhos a dois. Sempre cada um. Sempre de mãos dadas. Com a suavidade de não fazer tudo sempre igual. Ela queria a solidão dele, queria dividir com ele o seu sem rumo. Ela o queria quase toda noite. Queria cuidar dele enquanto ele estivesse hospedado nela. Queria hospedar-se nele também e, ali, naquele espaço de tempo, receber seus cuidados.

Ela queria uma filha com ele, como se precisasse fazer o amor virar carne, existir, ganhar o mundo. Queria que ele a quisesse tomar para si. Queria que ele sempre fosse bem-vindo, como queria ser bem-vinda sempre. De vez em quando ela também ia se hospedar nele, mesmo que por um tempo, com a certeza de que a casa nunca seria sua. Ela queria aquele amor macio e estranho, sem garantias de ser para sempre. Ela queria aquele amor de hoje. Queria amar com liberdade, embora desejasse o desejo de pertencer. A vida em volta continuava a mesma, embora ele sempre voltasse. Eram amigos. Disso, tinham certeza. Ele queria morar nela, mas tinha medo de ali ficar. Ela queria, sim, a sua presença. Ali, ele seria sempre bem-vindo. Mas o desejo dela não era o de engolir. Ela não o queria para si, embora o quisesse.

Ele não se reconhecia nela. Mas só se achava ali. Nela. Ali ele fazia suas confissões. Do que lhe metia medo, das mentiras que a vida lhe fez, dos desejos que nem teve. Ele queria adormecer nela. Mesmo que no dia seguinte saísse ao encontro de sua vida de sempre. Ele sempre voltava para ela. Ela, que a cada noite lhe contava uma história. E era sempre a história dele que contava. Ele gostava de ouvir sua própria história. Mesmo saindo dali assustado e com medo, muitas vezes. Havia muitos e muitos anos que ele evitava o espelho. Mas o dia chegava ao fim e ele voltava. Para ouvir mais uma história. Para se ver mais um pouco. Havia naquelas histórias alguma coisa que o atraía. Algo que o intrigava.
Por.Cristina Guerra

Vivo de Música


Vivo de música, sem elas faleço, as sonatas me exorcizam, com as canções me fortaleço. Teço minha alma com notas e cifras. Deponho, suponho, relato, confesso... sem elas, meus segredos nunca se revelariam, sem elas, minha vida não existiria!
Por. Bell.B

Opções


É como ter, todos os dias, muitas outras opções.
E ainda assim fazer a mesma livre escolha.
Por.Cristina Guerra

É tão Difícil

Está ficando tarde, e eu tenho medo de ter desaprendido o jeito. 
É muito difícil ficar adulto.
Por.Caio Fernando de Abreu

Quase Certeza

Então... de repente, sem pretender, respirou fundo, pensou que era bom viver, mesmo que as partidas doessem. Percebeu que era necessário adotar uma nova maneira de agir e de pensar todos os dias. Porém... chegou a conclusão de que tudo isso, era inútil, mas mesmo assim... era bom saber que ainda estava viva. Não era fácil, não era agradável, mas ainda assim, era bom... tinha Ela quase certeza!
Por.Caio Fernando de Abreu

Wherever I Go...♪

Aqui estamos agora, tudo está prestes a mudar. Encaramos o amanhã quando damos adeus ao passado. O capítulo acaba, mas a história está só começando. Uma página se vira para todos. Então eu estou seguindo em frente. Abandonando,  me agarrando ao amanhã. Eu sempre tenho as memórias, enquanto eu estou descobrindo quem eu vou ser.
Por.Miley Cyrus