11 dezembro 2011

Ferida Aberta


Eu passei horas e horas e horas deitada, rolando de um lado pro outro, fechando e abrindo os olhos, colocando o travesseiro no rosto, ouvido repetidamente a mesma música (Come away with innocence, and leave me with my sins...) e pensando em muitas outras. Pensando em maneiras de te dizer as mesmas coisas, arquitetando planos, pensando em saídas e soluções e olha pra mim ... (mais uma vez sem dormir quase nada, cansada descabelada, sem postura alguma, um lixo) ... o corpo anda tão cansado, a alma tão exausta que sem perceber, cochilo... Então num repente, acordo e nem sei se realmente dormi, porque passei muito tempo ouvindo meus pensamentos (So if you love me, let me go and run away before I know...) “respiro” (ligo, não ligo, mando sms não mando). Desperto no susto, com o discurso pronto depois de ter brigado com você horas, semanas, meses, anos, depois de ouvir seu silêncio (So save your breath, I will not hear...) depois de dizer pra você calar a boca, sair da minha vida, deixar os meus pensamentos. (me desespero, me arrependo, sinto raiva, choro) começo a escrever sem parar, sem saber, sem entender, respiro fundo, apago tudo que escrevi e ai ... (suspiros) ... ai eu começo tudo de novo!

Percebo que não me resta mais nada agora, não há mais nada a ser dito, não há mais nada que precise ser ouvido, porque se tento compreender não entendo e se começo a querer explicar o que sinto, as palavras perdem o sentido e isso acabou se tornando um circulo, um caminho longo e sofrido que termina sempre no mesmo lugar, é como se fossemos dependentes da dor, como se nutríssemos nossas chagas com as feridas latentes um do outro. Somos como viciados, sabemos dos problemas, dos danos, das conseqüências e ainda assim, preferimos sentir... (A ferida aberta que pulsa, que não cura, a dor que desejamos, que não passe nunca.)
Por. Bell.B


Ao som de  Snuff - Slipknot
"I only wish you weren't my friend... Then I could hurt you in the end"


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