Tudo continuo a seguir, afinal, como diz Shakespeare “a vida não para pra você juntar os pedaços”. Sempre de longe, por intermédios de outra pessoa eu dava um jeito de saber dela. Tomei algumas medidas radicais, mas isso não me fez sofrer menos ou me sentir em paz. Era sempre angustiante querer alcançar, saber dela e não ter coragem de me aproximar. Até porque, essa não foi uma escolha minha. Então adotei a conduta e apenas fui adiante. Acontece que essa “história de não olhar pra trás” não funciona na pratica. Porque eu sequer conseguia ir pra frente sem imaginá-la comigo. Eu até tentei frequentar outros bares, ir a outros lugares, degustar outras bocas, focar em outros corpos. Mas desde que ela entrou na minha vida, o que eu conseguia com as demais, era só prazer. O meu conceito sobre “prazeres” abriu um leque de novas definições. Era possível sim, ter tesão, gozar gostoso, curtir o momento, mas eu não sei porque caralhos, faltava algo. Peguei-me pensando...
Talvez o cigarro partilhado depois do êxtase e da explosão dos nossos orgasmos e noites selvagens e despudoradas. Talvez a coca trincando de gelada em contraste dos nossos corpos inflamados e suados. Talvez a música baixa perdendo o tom para as respirações descompassadas. (Ahhh como era incrível ouvir seu coração batendo acelerado e sentir o ar quase não entrar em seus pulmões enquanto ela sussurrava seu “ódio por mim”). Ver suas maçãs avermelhadas e seu cabelo desgrenhado colado de suor no rosto, só não era mais prazeroso que ouvir seus urros e gemidos quando alcançava o orgasmo. Talvez eu sinta falta de coisas das quais nem são perceptíveis no dia a dia dos casais apaixonados. Como ficar admirando seu corpo emaranhado no lençol, ainda impregnado do nosso cheiro. Ou de ouvi-la comentando com um sorriso vadio num tom totalmente angelical sobre as marcas que nem de longe marcavam sua pele como sei que timbrei sua alma (esse contraste donzela/puta dela me alienava o juízo). Porra... É isso! É isso que falta em todas as outras. Detalhes. Minúcias das quais aprendi com ela, fazer toda a diferença. Talvez eu precise parar de garimpar nas outras, ela. Outra coisa que ela sempre enfatizou “não me compare”, e que agora eu tinha plena certeza. Ela não era, não é nada parecida, acho que ela tem razão ao dizer que Deus quando a fez, jogou a forma fora. De fato, ela era única.
Eu parei com algumas coisas, e uma delas foi com um vicio do qual aprendi a apreciar ainda mais depois dela. Eu não fiz isso conscientemente por conta dela, já era um projeto. Aproveitei a mudança e minha tentativa de voltar ao controle e parei de fumar (fiquei por varias vezes imaginando o quão surpresa ela ficaria com essa noticia e o quanto seria complicado pra mim largar esta merda, se estive com ela). Não foi a coisa mais sensata que fiz, afinal, cortar duas dependências de uma vez não é fácil. Pra fazer isso ou precisa ser muito louco ou muito seguro. E entre essas duas coisas, o que sempre fui muito (segundo ela) é maluco. De inicio não foi fácil, assim como me afastar dela, também não foi. Mas quando temos força de vontade (e ajuda) a coisas vai que é uma beleza. Acredito que essa mulher entrou na minha vida pra me mostrar “forças” das quais eu não tinha a menor ideia que possuía. Passei pelos sintomas de abstinência, e curiosamente foram menos danosos do que me afastar dela. Aparentemente eu estava novamente com as rédeas (da minha vida) nas mãos. Não curado, mas no controle. Foi quando o “bip soou” e novamente era ela. Por alguns segundos eu tentei ser racional, queria ignorar e deixar pra lá, continuar como estava. Mas como sempre, tudo que vinha dela fugia as minhas vontades e passavam a sucumbir as dela.
Acabou que falamos sobre coisas que já deveriam estar enterradas, mas por uma razão muito peculiar dela, não estavam. Essa mania dela de arrastar fantasmas me enlouquecia. Eu querendo ir pra frente, mas ela insistia em recuar dois passos sempre que eu dava um na sua direção. (Talvez eu precisasse de um padre, quem sabe exorcizando o que ainda pesa, conseguimos ir adiante mais leves...) As horas foram passando, coisas do passado voltando, novas inquietações submergindo. As emoções adormecidas aflorando, a ansiedade subindo, ela me questionando sobre coisas que eu preferia não responder, eu respondendo coisas que sabia que provavelmente botaria tudo a perder. Droga... eu novamente perdi o discurso entre as perguntas bizarras a assombrosas dela. Do nada ela me pediu pra ler uma carta que havia escrito e assim o fiz, nervoso mas certo de que aquelas apalavras haviam penetrado a muralha de gelo que eu havia ajudado a construir entre nós. Eu tinha outras coisas pra falar, mas naquele momento, tudo se esvaiu. Nunca que consigo falar pra ela, o que ensaio sozinho. Voltamos aquele momento em que há muito a ser dito, mas ninguém fala o que é preciso. Alguns pontos esclarecidos, outros indefinidos, cá estamos nós novamente. Nessefode e não sai de cima. Eu quero, ela quer ninguém se pronuncia. Nos despedimos sem saber se no outro dia nos falaríamos...
Agora me pego pensando, no porque respondi a mensagem e liguei. Ficoputo com as coisas que ela me faz sentir. É como se eu ainda fosse seu dono. Como se ninguém fosse capaz de supri-la como eu a satisfaço, como se ninguém me fosse essencial como necessito estar com ela. Não consigo recuar... Eu simplesmente não tenho forças ou sequer vontade de ignora-la. Quando vi a mensagem eu tinha certeza que retornar seria como “aceitar um trago” com a certeza de que não voltaria a fumar. Impossível, claro. Mas essa maldita mulher era de fato, um vicio oito vezes pior que a nicotina. E pra cura dela, eu de fato não estou preparado ainda.
Por. Bell.B
Talvez o cigarro partilhado depois do êxtase e da explosão dos nossos orgasmos e noites selvagens e despudoradas. Talvez a coca trincando de gelada em contraste dos nossos corpos inflamados e suados. Talvez a música baixa perdendo o tom para as respirações descompassadas. (Ahhh como era incrível ouvir seu coração batendo acelerado e sentir o ar quase não entrar em seus pulmões enquanto ela sussurrava seu “ódio por mim”). Ver suas maçãs avermelhadas e seu cabelo desgrenhado colado de suor no rosto, só não era mais prazeroso que ouvir seus urros e gemidos quando alcançava o orgasmo. Talvez eu sinta falta de coisas das quais nem são perceptíveis no dia a dia dos casais apaixonados. Como ficar admirando seu corpo emaranhado no lençol, ainda impregnado do nosso cheiro. Ou de ouvi-la comentando com um sorriso vadio num tom totalmente angelical sobre as marcas que nem de longe marcavam sua pele como sei que timbrei sua alma (esse contraste donzela/
Eu parei com algumas coisas, e uma delas foi com um vicio do qual aprendi a apreciar ainda mais depois dela. Eu não fiz isso conscientemente por conta dela, já era um projeto. Aproveitei a mudança e minha tentativa de voltar ao controle e parei de fumar (fiquei por varias vezes imaginando o quão surpresa ela ficaria com essa noticia e o quanto seria complicado pra mim largar esta merda, se estive com ela). Não foi a coisa mais sensata que fiz, afinal, cortar duas dependências de uma vez não é fácil. Pra fazer isso ou precisa ser muito louco ou muito seguro. E entre essas duas coisas, o que sempre fui muito (segundo ela) é maluco. De inicio não foi fácil, assim como me afastar dela, também não foi. Mas quando temos força de vontade (e ajuda) a coisas vai que é uma beleza. Acredito que essa mulher entrou na minha vida pra me mostrar “forças” das quais eu não tinha a menor ideia que possuía. Passei pelos sintomas de abstinência, e curiosamente foram menos danosos do que me afastar dela. Aparentemente eu estava novamente com as rédeas (da minha vida) nas mãos. Não curado, mas no controle. Foi quando o “bip soou” e novamente era ela. Por alguns segundos eu tentei ser racional, queria ignorar e deixar pra lá, continuar como estava. Mas como sempre, tudo que vinha dela fugia as minhas vontades e passavam a sucumbir as dela.
Acabou que falamos sobre coisas que já deveriam estar enterradas, mas por uma razão muito peculiar dela, não estavam. Essa mania dela de arrastar fantasmas me enlouquecia. Eu querendo ir pra frente, mas ela insistia em recuar dois passos sempre que eu dava um na sua direção. (Talvez eu precisasse de um padre, quem sabe exorcizando o que ainda pesa, conseguimos ir adiante mais leves...) As horas foram passando, coisas do passado voltando, novas inquietações submergindo. As emoções adormecidas aflorando, a ansiedade subindo, ela me questionando sobre coisas que eu preferia não responder, eu respondendo coisas que sabia que provavelmente botaria tudo a perder. Droga... eu novamente perdi o discurso entre as perguntas bizarras a assombrosas dela. Do nada ela me pediu pra ler uma carta que havia escrito e assim o fiz, nervoso mas certo de que aquelas apalavras haviam penetrado a muralha de gelo que eu havia ajudado a construir entre nós. Eu tinha outras coisas pra falar, mas naquele momento, tudo se esvaiu. Nunca que consigo falar pra ela, o que ensaio sozinho. Voltamos aquele momento em que há muito a ser dito, mas ninguém fala o que é preciso. Alguns pontos esclarecidos, outros indefinidos, cá estamos nós novamente. Nesse
Agora me pego pensando, no porque respondi a mensagem e liguei. Fico
Por. Bell.B