03 fevereiro 2012

Me Ganhou



Ela leu, releu, aquelas poucas linhas pareciam ecoar, reecoar, sacudiu a cabeça, foi pro banho e continuo a ouvi-lo. (sim... ela não o lia, ela o ouvia, ali mesmo, ao som da música "Time After Time" que passou a maior parte do dia ouvindo, rabiscou, não conseguiu ser breve como ele, ela nunca consegue ser breve. )

Conquistou-me ao dizer que minha presença bailava livre em seus pensamentos e que os refletores de sua saudade, voltam-se aos meus espaços, guardados em algum ponto empoeirado de teu passado. Ganhou-me quando sussurrou baixinho a si mesmo, que lhe pertenço e suspirou ao mentalizar meu sorriso tímido ou os meus múrmuros não contidos, nos momentos em que não tive forças pra cessar o choro ou ser capaz de conter os soluços que pareciam rasgar-me a garganta ao que te relatava meus pesares.

Ganhou-me quando me olhou seguro e certo do que ensaiou me dizer e ainda mais certo da reação que sabia que eu iria ter, e olhei-te com os olhos marejados, na dúvida de que não seria verdade, mas segura de que eram todas as “verdades” que eu queria e precisava saber naquele instante e você as profetizou à mim.

Convenceu-me... afirmando que esvoaçavam-se lembranças minhas em ti, sempre que contigo eu não podia estar. Ganhou-me ao me relatar que embora tivesse partido por vontade própria, ainda tinhas contigo o meu retrato, aquele no qual rabiscou versos teus no verso “poemas imortalizados”. Ganhou-me ao confessar que todos os meus pensamentos, estes que você diz ler repetidamente e incansavelmente e que lhe fazem sonhar tão alto, que são capazes de transportá-lo a mim sempre que não é possível estar ao meu lado. Estes que fez questão de fixar em folhas de caderno, afim de comoda-los no teu baú, como se fossem tesouros raros. 

Bordou em mim sorrisos, falando com convicção, que sente meu perfume, este que está impregnado em seu olfato, que meu olhar aprisionou a tua alma fazendo com que sua retina fotografasse cada instante comigo em sua memória. Ganhou-me quando assegurou-me que a distancia entre nós jamais existirá e que se ela for mesmo persistente, usaria da mente pra vir ou me levar a ti sem permitir que o espaço, tomasse posse entre os corpos e a saudade passasse a prevalecer entre a vontade de estar, conviver, sentir.

Assegurou-me. que quando o silêncio atormentasse a quietude, cantaria alto a nossa canção, e quando a memória traísse a letra, lembrará da minha voz cantando ao pé do teu ouvido a mesma música, que tantas e tantas vezes curou a dor da saudade, sanou o espaço de tempo, matou a vontade de estar quando não podia de fato estar comigo e me disse ainda, que quando uma lágrima insistisse em serenar no teu rosto, lembraria das minhas frases de efeito, às vezes nada inteligentes, mas cabíveis ao momento, que por conta da minha "infantilidade" deixa de ser tão séria e consegue roubar-te um sorriso faceiro.

E contudo, disse mais... disse que minha ausência aos poucos te consumiria e que todos os dias choveria dentro de ti, quando eu não estivesse presente, disse que Adeus seria apenas uma virgula e que os intervalos de tempo não esmagariam teu amor por mim. A pergunta que tenho me feito é... será que existe realmente um amor assim?
Por. Bell.B


3 comentários:

  1. Sim, o nosso amor é assim.
    ~

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  2. Acreditar no amor fazem as coisas ficarem mais leves, então acredite que existe esse amor lindo que você descreveu. Beijos.

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    1. Bom dia minha Linda. É sempre bom demais tê-la por aqui viu. Bjs. Ps. EU ACREDITO!

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