
Ficava ali horas, e mais horas, e por saber de cor o que ali continha, muitas vezes nem sequer o livro ela abria. Acariciava com a pontinha do polegar a capa, outras contornava o “titulo” dando sempre uma pausa maior, “sempre” nas letras (do nome dele). E então acontecia outra, das tantas coisas que ele, dela, roubará. Aquele sorriso bobo, faceiro, esculpido em sua face, e ainda que casual, era tão perfeito. E não era perfeito por estar carregando alegria, prazer, nem tampouco, satisfação, não! Era perfeito por ter junto a ele, dentes alinhados, um contorno de lábios invejado, não... não por isso. Era um sorriso perfeito, porque era um “sorrir” invertido, um sorriso puro, sem malicia, ele olhava pra ela e ela apenas com a alma lhe sorria. E entre tantas sensações, ela já tão distraída, tropeçava, caía, e rindo, levantava, e mais uma vez, entrava pra lista dele, as coisas “bobas” que dela ele roubava. Ela não se concentrava em nada, ela não tinha mais o discernimento das palavras (logo ela, ela que usava disso, como uma arma), logo ela, ardilosa, meticulosa, desarmada. Ele a despia de tudo, ele não temia que o mundo a visse “nua”, “crua”, PURA! Era por aquela parte dela, que a metade dele, apaixonara-se. A parte dela que não jogava, que perdia a linha, que ela não dominava. A metade dela totalmente sem juízo, tímida, sem noção, algumas vezes até “mal-educada”, a parte que nem sempre recitava versos ou cantava, a parte que ela guardava do mundo, por acreditar ser sensível demais, doce demais, indefesa demais, mas que ainda assim, ele, dela roubará. A parte Dela que completou a metade Dele e que nada, nada nem da TERRA nem do CÉU... SEPARA!
Por. Bell.B