21 junho 2012

Tirem-me

E me tirem as vestes e ainda assim, serei forte com minha anatomia imperfeita. E só de pelos, atravessarei dias de sol e noites de inverno e sobreviverei. Me obriguem a caminhas por sobre chamas, a solas nuas. E sem fraquejar, sentirei arder as brasas em meu sustento, fazendo-me então forte por dentro. E ainda com feridas, seguirei. Cai o Céu sobre a Terra, lancem-se as Estrelas no Mar, e comece então o tão temido Apocalipse. E ainda assim, ficarei de pé, contemplarei a fúria da Natureza e não recuarei um passo sequer. Mas não, não me diga que não mais é possível, não queira me fazer aceitar o fim, não tente me convencer que o melhor pra nós dois, é partir ou trilhar outros rumos. Não me diga que precisa ir, não me peça pra sair. Porque sou forte pra encarar a ira dos Deuses, sou corajosa pra enfrentar os terríveis e assustadores Demônios das Trevas, mas sou incapaz de conseguir pular uma poça d’água, se do outro lado, não estiver você de pé... rindo das minhas molecagens. Sou fraca a ponto de não ter forças pra repartir uma mera migalha, se não for a sua palma a esperar a parte que eu parta, sem você, eu sou apenas um corpo a vagar sem alma, sou apenas uma vida qualquer a procura de nada.
Por. Bell.B

2 comentários:

  1. Muito lindo Bell, vou postar no meu, se não se importar!

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    1. Já te disse amiga. Minha casa sua casa. É claro que pode postar! ;)

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