16 agosto 2012

Desculpa

 Te olho nos olhos e você reclama, que te olho muito profundamente. 
Desculpa... tudo que vivi foi profundamente. 
Eu te ensinei quem sou e você foi me tirando os espaços entre os abraços.
Guarda-me apenas uma fresta. 
Eu que sempre fui livre, não importava o que os outros dissessem. 

 Até onde posso ir para te resgatar? 

Reclama de mim, como se houvesse a possibilidade de me inventar de novo. 
 Desculpa... se te olho profundamente, rente à pele, a ponto de ver seus ancestrais nos seus traços. A ponto de ver a estrada muito antes dos teus passos. Eu não vou separar as minhas vitórias dos meus fracassos! Eu não vou renunciar a mim! Nenhuma parte, nenhum pedaço do meu ser vibrante, errante, sujo, livre, quente. 

Eu quero estar viva e permanecer te olhando... profundamente.
Por. Fabrício Carpinejar 

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