24 maio 2012

Tudo Diferente


A noite passada havia lhe deixado diferente, as coisas em si, continuavam no mesmo lugar. Nada havia mudado. Mas naquela manhã, ela acordará estranha. Abriu os olhos de vagar, esticou-se lentamente na cama, e em seguida tateou o colchão a procura do celular. Os raios de sol, entravam num facho de luz, e naquele filete luminoso dourado, ela visualizou um arco-íris. "Bom dia Mô" disse ela, toda cheia de manha e preguiça. Sabia que mesmo ele não mais estando ali, ele a ouvia todas as manhãs, assim como ela o ouvia, todas as noites. Se fosse qualquer outro dia, ela teria fechado a cortina, reclamado com o sol, sobre o quanto o detesta. Mas hoje não. Sentou-se, recostou-se na cabeceira da cama, puxou o ar. Sorrio de leve enquanto olhava o visor do celular "4 chamadas perdidas". Soltou o ar. Apertou os olhos com força, mordeu os lábios e foi tragada pela sensação da noite passada. "O toque dos lábios dele, o calor de suas mãos percorrendo-lhe as extensões do corpo. O perfume dele que estava impregnado na carne dela, as marcas das mãos dele em suas coxas." Sacudiu com força a cabeça, escorregou pela cabeceira, e voltou a se aninhar na cama. Tinha que se levantar, tinha milhões de coisas pra fazer, mas não queria sair da cama. Não queria sair dali. Ajeitou-se de lado, puxou um travesseiro contra o peito, e sem saber porque, começou a chorar. Agarrava com tanta força aquele pedaço de espuma, que se ficasse por mais 10 minutos com ele, era bem capaz de dilacerá-lo ao meio. As coisas estavam se fundindo, se separando, se dividindo em sua mente. Quanto mais tentava achar respostas, saídas, mais aflita se via. De repente um "shiuuuú" interrompeu seus soluços e o choro por um instante cessou. Abriu os olhos de vagar, sem se mover, fitou todo o arredor. Nada, apenas o canto dos pássaros lá fora e o assobio do vento que entrava pelas frestas da veneziana. Mas outra vez o ouviu "... aquieta o coração, eu vou cuidar de ti..." e neste exato momento o choro perdeu espaço pro sorriso, aquele sorriso faceiro. Um que ela só sabe dar, quando com ele. Um que só ele sabe tecer na face dela. Passou as mãos nos olhos, olhou para as palmas, lembrou de outra frase que a fez sorrir ainda mais doce. "...de mãos dadas estamos sempre..." Estava confusa, tonta, meio perdida. Com tudo que já tinham dito, com tudo que disseram, com o que ela tinha que dizer. Tinha mesmo que dizer? Ela não sabe. Só sabe que vai fazer o que ele lhe pediu pra fazer.

"... não some, não vai... ao contrario, aparece, vem... vem pq te amo e sei que vc tbm me ama... esse menino encontrou as cores que roubaram dele, esse menino voltou a ver um sentido pra essa "coisa" de vida, esse menino voltou a acreditar que o amor também existe pra ele."

Essa menina não acreditava mais nas cores, no brilho. Ela não sabia mais pra onde ir ou porque continuar. Esta menina não sabia mais se o que sentia e se realmente sentia. Mas ela encontrou um menino, que ensinou a ela, como pintar novas cores, como caminhar sobre espinhos, como sentir o amor, sem sentir medo de amar. Eu não vou sumir, não enquanto tiver você, pra me pedir pra continuar a aparecer. Sei que me amas, e eu... bem, eu a cada dia mais e mais e mais amo mais e cada vez mais, amo você.
Por. Bell.B

Um comentário:

  1. Rouba-me as palavras, rouba-me o ar, rouba-me tudo... tudo que me rouba transforma em cores! Que coisa é essa, menina? Te vejo, te ouço, tudo que faço tem seu dedo... eu não sei mais de nada, sei que você vai bem, se vem comigo! Te amo miudinho mesmo, apertadinho, aquele jeitinho tão nosso... aquele jeitinho que não tem explicação, aliás, pra que explicação? As melhores coisas não tem explicação... que nem te amar, explicar pra que? Vou só sentir, me deixar levitar, segurar em tuas mãos e dormir em uma nuvem! Cada dia te amo mais e mais!

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