23 maio 2012

Com Ele

 
                   Ele tinha perdido o controle, ela não tinha mais o domínio da situação.
                      Renderam-se um ao outro, como há muito desejavam fazer. Fizeram... 

                                   ... Os olhos dele, pareciam chamá-la "Vem?".
                          Os lábios dela não se moveram, mas responderam "Vou!".


Todos os sentidos explodiram e quase se poderia jurar, que isso aconteceu ao mesmo tempo. As mãos dele percorriam as extremidades do corpo dela. Ele parecia estar pintando com as pontas dos dedos uma tela viva. A cada movimento atrevido dele, ela se encolhia. Repuxava os músculos, mas não por não querer, e sim por não conseguir se controlar. Ele olhava pra ela, como uma criança ao encontrar seu presente de natal ao pé da lareira. Ela aos 31 anos, olhava pra ele, como uma garota de 13 ao se descobrir apaixonada pela primeira vez. Enquanto ele a encarava, ela mordia de leve o lábio inferior, entrelaçava os dedos nos cabelos, gesticulava mais do o habitual. Não pra provocá-lo, nem pra se mostrar sensual. Mas na tentativa frustrada de ocultar dele, sua timidez. Embora fosse uma mulher decidida, experiente, apimentada como costumam dizer por ai, perto dele, com ele, ela não conseguia ser nada do que fora até aquele momento.

Tocava algo de fundo, a letra era familiar, mas ela estava tão nervosa, que sequer era capaz de identificar com propriedade qual canção e quem cantava. Tentava falar o menos possível, embora falar demais, fosse quase sua marca registrada. Ele se aproximava, mexia na pontinha dos seus cabelos, acariciava seu rosto com delicadeza, sorria pra ela. Ela parecia congelada. Quase não reagia a nenhum movimento sequer. Estava lutando consigo mesma, brigando com o que queria e o que achava que deveria querer. Talvez ele não tivesse percebido a aflição dela. Talvez ele não tivesse notado o quanto ela queria, "não querer, aquele momento". Esquivou-se uma ou duas vezes, tentou recuar, mudar de assunto. (Ingênua) Em vão. Ele sem tantas experiencias de vida mas com um currículo tão de peso quanto o dela.Com jeitinho, um que só ele tem, conseguiu fazer com que aquele duelo dentro da cabeça dela, findasse. Porém... Seu coração apertou de uma tal maneira, que acabou tomando-lhe até o ar. Aparentemente ela tinha e estava no controle. Respirava de vagar, olhava concentradamente pra ele. Às vezes conseguia sorrir. (e como não sorrir perto dele?) Estavam falando alguma coisa banal, quando ele com sua coragem, calou-a com um beijo. Ela por sua vez, e desta vez sem coragem alguma, não foi capaz de pará-lo. Enquanto sentia seu coração descompassado, e todos os músculos do seu abdômen contrair, colocou-se em seu colo, rendeu-se aos beijos e afagos e se permitiu sentir...

... Seus lábios encaixavam-se nos dele, suas mãos perdiam-se entre os fios lisos e dourados. Pensou em abrir os olhos, mas não foi capaz. Não queria sair daquele transe, daquele frenesi. Na verdade, talvez não tenha aberto, por medo. Medo de estar em um sonho. Ele a tomou pra ele, ela se entregou sem resistência. Beijou, mordeu, lambeu cada centímetro do corpo dela. Ela lambeu, mordeu, beijou, cada pedacinho do corpo dele. Se apertaram, se misturaram, gozaram, tornaram-se um. 

Não foi dele, o primeiro beijo dela. Não foi com ele, a primeira transa dela. Não havia sido ele, o seu primeiro amor. Mas foi com ele, o beijo mais doce. Foi com ele, a primeira vez em que ela atreveu-se dizer "fazer amor". Era ele, não o primeiro, mas sabia ela, que seria ele pra sempre, seu eterno amor.
Por. Bell.B

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