10 outubro 2012

Pares

 (Ele)
... muitas palavras foram ditas naquele silêncio que pairou diante deles no exato instante que o relógio marcou duas horas, dois, duas, sempre gostaram dos pares, aquele silêncio poderia ser intitulado "o silêncio dos pares" caso fosse uma música. No entanto uma música muda não teria aceitação nem mesmo a compreensão do grande público, assim, aquele canto, aquela ode, ficou restrita apenas aos dois, aquele silêncio tão deles. Que dizia tanto com nenhuma palavra reverberando o ar, apenas reverberando dentro deles. 2:04. Par.
Por. LFM

(Ela)
Muito foi dito, sem nada ser preciso falar. Nem mesmo os olhos precisaram se cruzar. Havia sincronismo no pensar, no querer, no digitar, e há quem diga... até no respirar. Eram mistos e mistos de necessidades, expandindo no tempo, espalhando-se pelas horas, atravessando os dias como um vírus, como uma praga dessas em que não se encontra cura. De um lado ela e suas dores, do outro ele e seus remorsos. Quem cederia? Quem daria o primeiro passo? Quem decidiria em discar e quebrar o silêncio com um simples "alô"? Quem assumiria a si mesmo, primeiro, a falta que o outro fazia/faz? Quem de nós dois? Dois!? Nós... A acentuação do texto um do outro, a rima do verso nem sempre solto, o núcleo do texto complexo, muitas vezes desconexo, o suspiro entre uma linha e outra. A saudade presa no tempo, cravada, marcada, quase um par perfeito. Assumindo o amor um pelo outro, outra vez e de novo as 2:18. O Par/Perfeito.
Por. Bell.B

2 comentários:

  1. Respostas
    1. Certamente que sim Dalva. Muitas vezes o silêncio é ensurdecedor. Bem vinda sempre em meu cantinho, bjs.

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