10 outubro 2012

Guardados

Hoje coloquei a mão sobre o coração e senti ele bater um pouco mais apressado, e ansiosa e inquieta que sou, fui remexer meu passado. Encontrei entre perdidos uns tesouros guardados. Ah este estimado e sem preço artefato, item sem valor e ao mesmo tempo tão mágico. Com as mãos tremulas, apanhei o primeiro retrato...Tão doce e lindo, porém sem passado, não tenho memória dos meus primeiros passos. Mesmo assim o coração bateu acelerado, sei que aquele momento foi inesquecível aos olhos dos que me fitaram. Com carinho, coloquei-o sobre a cama e apanhei um outro, desta vez um tanto amargo. Neste tinham alguns sorrisos tortos, abraços nem tão apertados, os "famosos amigos de fases". Supostas pessoas a quem abdiquei carinho e em troco recebi descaso. Muitas histórias pra contar, tantas outras pra deletar da memória, vontade até de nem ter tido uma história ao lado de muitos, e de ter tido mais tempo com outros, com quem realmente valesse apena ter o que recordar. Segurando a frustração entre os dedos, avistei atrás dela uma imagem tão bela quanto dolorida. Uma dor tão latente quanto quase esquecida. Entre o salgado das lágrimas saudosas e o doce pensar, me vi no colo daquele que muitas noites me fez dormir à ninar. Tomada por nostalgia, me pus a chorar. Como dói a saudade daqueles que não podemos mais alcançar, daqueles que não estão a distancia de uma "carta", próximos pela modernização dos "sms's", acessíveis por uma simples "ligação"... Como dói em meu peito, não ter como agradecer pelos momentos maravilhosos que me proporcionaram, não poder mais desejar um simples bom dia, não ter mais a possibilidade de mostrar o quanto os amava apenas com o olhar, sem precisar escrever rimas. Como me dói, ter sido tão egoísta, hoje penso que poderia ter dito muito mais vezes "te amo" e ter usado bem menos os meus tons de "ironia".  O tempo passa rápido demais, a vida nunca espera. O destino dita as normas nós quebramos as regras. Nascemos, Crescemos, Aprendemos e Partimos... (ou muitas vezes partimos sem aprender...)

E para os que ficam... Uma singela foto é porta e a lembrança é a chave para o mundo mágico do reencontro. Através delas seguimos recordando, rindo com os que continuam ao nosso lado além dos retratos, chorando de saudade por aqueles que só nas imagens ficaram, sofrendo num misto louco de saudade e impotência, por não poder mudar o passado,  por cada momento que passou e naquele papel ficou imortalizado!
Por. Bell.B

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