25 abril 2012

Player


Sintoniza uma estação qualquer, se atira na cama. Apanha o livro no criado mudo ao lado da cama e fixa os olhos nas ultimas linhas afim de recordar o capitulo anterior. (Sorri) Relê mais uma vez a linha que já havia lido, (desvia o olhar) retoma as linhas, fecha o livro. (Suspira) Coloca o livro de lado, liga o rádio, leva os braços cruzados pra trás da cabeça amparando a nuca, direciona o olhar pro teto.  (Contorna delicadamente os lábios com a língua)

Fecha os olhos, abre, pensa. Nem sequer escuta o que toca ao fundo. Sorri pro nada, do nada, por pensar em tudo. (Inspira) Sente apertar o peito, encolhe-se abraçando o travesseiro. Aperta, aperta-o com força e sente algo por sua face escorrendo. (Lá está ela chorando novamente) Olha o relógio, escuta com atenção momentânea o áudio ao fundo, reconhece a música... (Apavora-se)


... Apanha o livro, senta-se na cama, tenta limpar a memória. Conduz o olhar a leitura, respira e diz a si mesma: "- Controle-se!" Arremessa o livro contra parede, taca longe (o relógio) aquele que aparentemente lhe controla. Desliga aquele (som) que teima em tirar a sua concentração com antigas memórias. Anda pela sala, senta, levanta, deita-se. Abre a janela, deixa o vento invadir sua face, seu quarto, toda a casa. (Se deita) Vira de lado, e como num passe de mágicas, o vê sorrir... Ela se estica, alcança o "player" solta a canção e sem mais evitar... lhe sorri de volta.
Por. Bell.B

Um comentário:

  1. "Lá está ela novamente, tentando sorrir enquanto chora... Chorar enquanto sorri. Ela gosta da dor que com ela vive, mas gosta do prazer de uma risada sem fim."

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