30 setembro 2013

Ia Bem..


Ela acordou com o sorriso largo, coisa rara de acontecer. Embora não tivesse acontecido nada sobrenatural no dia anterior, despertou com tamanha leveza que se fosse possível, levitaria ao invés de se levantar da cama. Permaneceu deitada por mais ou menos uns 30 minutos, depois de se espreguiçar levantou. Passavam das 13:00 mas como não tinha nenhum compromisso para o fim de semana, não se apressou em fazer nada. Logo que saiu da cama, ligou o som, e sem nem saber o que iria tocar, aumentou ao máximo o volume. Fodam-se os vizinhos, as multas pela lei do psiu, ela estava pouco se lixando pra isso. Estava feliz demais. Enquanto fazia o café, sorria lembrando-se da noite passada. (do sorriso dele, do jeito como gesticulava ao falar, do tique... ajeitava o cabelo mais vezes que ela enquanto conversava) Sempre muito detalhista, minuciosa, observadora, não deixou quaisquer detalhes passar desapercebido. Se perdeu no tempo em que ficou ali, repetindo e repetindo as cenas. Parecia querer gravar o que nitidamente, já estava impregnado na sua mente. Assim que o café ficou pronto, o tomou calmamente, fumou alguns cigarros e voltou para cama, afim de descansar mais um pouco.

A música fazia a trilha da tarde, as frases, as perguntas, as dúvidas se espalhavam pelo teto, pelas paredes do quarto, tudo dentro da habitual confusão mental que era ela. Sorria sozinha, ora sua feição se fechava como se quisesse intimidar alguém. Mas quem? Só havia ela no quarto... Na casa! Louca... Completamente louca, divagava, refletia, filosofava. Sempre tão sonhadora, tão longe do chão pra alguns quesitos da vida. Talvez por isso quebrava tantas e tantas vezes a cara. O curioso nisso tudo, nesse modo de agir/pensar/viver dela, é que ela sempre arrumava uma maneira de se recompor, se refazer, estivesse com alguém ou sozinha. Talvez fosse seu dom Phoenix de ser. Ou fosse só a sua habilidade em se restaurar. Vai saber...

... As horas foram passando e subitamente uma vontade louca de ligar pra ele começou a inquietá-la. Deste momento em diante, começou a travar uma batalha. Não queria parecer oferecida e nem passar a ele a impressão errada. Sempre fora tão impulsiva e isso meio que a prejudicava. Não podia começar da forma errada, se é que algo se iniciava. Não que queria alimentar expectativas, até porque, sempre que fazia isso se decepcionava. 1x0 pra razão. Conseguiu se conter e não ligou. Mas é claro que desejava que ele ligasse, assim poderia colocar seu plano B em pratica. Estava certa de que desta vez seria diferente, completamente diferente das ultimas vezes. Se daria certo, se não daria, não queria saber, arriscaria. Afinal, não dizem por ai que acasos não acontecem e que o destino é quem dá de fato as cartas? Pois bem... esperaria a chamada. O que ela não esperava, era receber antes da ligação dele, uma mensagem inusitada. Tudo até aquele exato momento ia bem. Como diz o verbo... Ia.
Por. Bell.B

Um comentário:

  1. Futuro do pretérito do indicativo, ia.

    ... comentar com a conjugação verbal me entrega, mas nem ligo rs

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