21 março 2013

Dream Realized



Não dormirá naquela noite, estava apreensiva demais. Quanto mais torcia para que as horas passassem, mais lentamente elas passavam. Enfim o dia clareou e ela pode diminuir sua ansiedade rumo ao seu novo destino.  Ainda tinha um longo caminho pela frente e o mundo parecia conspirar contra ela. O transito estava horrível e a hora também não ajudava (“maldita hora do rush”).  Mas a essa altura, nenhum desses contratempos poderia interromper o sorriso faceiro que ora e outra, adornava sua face. Enquanto seguia a estrada, tudo que lhe pesava até a noite passada, ia ficando para trás. Não que quisesse abandonar, desfazer, apagar seus compromissos, suas responsabilidades, suas antigas escolhas de sua vida atual. Apenas queria encarar o novo do zero. Esperará por tanto tempo por esse “Tempo”, um tempo só dela, só com ela. Um tempo onde não precisaria pensar, decidir, resolver nada por e nem pra ninguém além do que sentia, queria, desejava por si só. E foi exatamente isso que fez.

O vento atrevidamente ia de encontro com sua face, seus olhos miravam inúmeras paisagens, mas não conseguia focar absolutamente em nada. Vez ou outra se encarava no retrovisor impondo que daquela hora em diante, se permitisse viver como nunca viverá antes. Já havia feito aquele caminho algumas vezes em sua vida, mas curiosamente a sensação que tinha, era de que nunca havia cruzado aqueles lugares. Enquanto o rádio tocava várias de suas canções favoritas e teimasse em trazê-la de volta a “terra”, era ainda mais teimosa que seus devaneios e por várias vezes sumia do banco do carro, se projetando muito além do que um dia, fora capaz de se ver. Somente conseguiu respirar, quando o carro parou. Ao colocar os pés no chão, a sensação que teve foi de estar voando. Questionou-se em silêncio, se aquilo estava mesmo acontecendo. Estaria ela livre, leve, solta prestes a embarcar rumo a sua liberdade?
A voz em um alto falante começou orientar as pessoas e quando ouviu chamarem por seu nome se deu conta. Estava mesmo acordada, estava livre. Ao se ver diante daquela obra colossal, um frio percorreu lhe a espinha. Algumas pessoas posavam e tiravam fotos, a fim de registrar seus momentos, e embora ela tivesse levado câmera para fazer o mesmo, estava tão deslumbrada com a maravilha e as oportunidades a sua frente, que sequer lembrou-se de bater foto.


O brilho em suas retinas parecia ser mais rápido que todos os flashes a sua volta. A cada degrau que subia sentia as estruturas de seu corpo tremer mais. Sentiu-se como um pássaro que acabará de ser solto depois de anos aprisionado em uma gaiola. E nessa hora descobriu que sim... Ela podia voar. Minuciosamente explorou cada canto daquele gigantesco navio, embora tivesse 3 dias para fazê-lo. Mas era curiosa demais para esperar, ansiosa demais para deixar a hora passar, menina-mulher demais para não se encantar com aquele tudo a sua volta. Quanto mais circulava, quanto mais olhava, mas parecia ter o que procurar o que ver, o que descobrir. Tudo era magico demais, maravilhoso demais, perfeito demais.

As horas foram passando enquanto ela ia explorando e sentindo a maravilha que era, estar só consigo mesma. As 18:00 soou a buzina e enfim o gigantesco navio zarpou. À medida que se afastavam do porto todas as suas preocupações iam ficando na orla. E a tão esperada primeira noite chegou.
Por. Bell.B

Um comentário:

  1. aqui tem um porto de cruzeiros... será que vou cantar "lá vem o meu amor, lá vem meu amorzinho... remando remando, remando num barquinho"? :P

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