13 agosto 2014

Resposta



Olhou uma, duas, três e pra não perder o costume, pela quarta vez para o corpo da mensagem (O TOC estava de volta). Aquela resposta era no mínimo estranha. (Quem é?) Como poderia não saber, como poderia ter esquecido. Uma avalanche de emoções a acertou em cheio. Sentiu como se uma flecha tivesse atravessado seu peito. Não por pensar que de fato ele a tivesse esquecido, não por achar que ele realmente não soubesse que aquele numero fosse o dela. Mas pelo contrario... Sentiu-se mal por saber que ele sabia. E esta certeza desordenou todos os seus pensamentos. Ela havia enfrentado a si mesma, lutado contra todos os seus princípios e rompido com todas as suas promessas pra se deparar com isso. Seria mesmo possível que ele fosse tão frio, tão calculista, tão vingativo!? Claro que seria... Afinal, ele sabia que era ela, e que ela estava lá por conta das tantas outras mensagens que ele havia enviado anteriormente.

Alguns segundos se passaram até que ela retomasse consciência e percebesse que ir até lá havia sido um erro. De certa forma, sentiu-se aliviada. (Graças a Deus não procurou pela chave e não foi entrando de cara. Lembrou-se de uma frase que sua avó sempre dizia... “Cuidado ao fazer uma surpresa, pois você pode ser surpreendido.” ... Tão sabia era aquela velhinha.) E foi exatamente o que aconteceu com ela. Por alguma razão não só entendeu como sentiu que aquela resposta era mais uma vez sua chave (nada mais os ligava, os prendia, nada). Ele já havia feito isso antes e ela ou muito burra ou muito ingênua não havia se dado conta. Mas desta vez foi diferente. Entendeu perfeitamente. Respirou fundo, clicou em cima da mensagem “apagar” e caminhou em direção ao carro. Tinha um longo caminho de volta e muitas horas pra reorganizar seus sentimentos, seus pensamentos, suas emoções.

Aquela era uma situação um tanto quanto estranha pra ela, mas nada que a fizesse desistir, que a fizesse parar. Ela era muito boa em se reconstruir, em se reestruturar. Ascendeu os faróis, deu partida e saiu. Durante a volta se perguntou enumeras vezes, porque diabos havia ido até lá. Mas aquela altura, isso não importava mais. Ela era mesmo assim, emotiva, movida, impulsionada ao que sentia. Não se importava com as consequências, quando sentia vontade ia lá e fazia. Desta vez as coisas não aconteceram como ela esperava, mas e daí!? Graças ao bom Deus, depois de toda tempestade vem sempre à calmaria.
Por Bell.B

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