30 janeiro 2013

Quarta-Feira


Não tinha acordado bem, alias... Há dias já não estava se sentindo bem. Tanto, que nem mesmo sua distração favorita (PC), lhe estava ajudando. Sua rotina em acordar, xingar o mundo, fazer careta e preguiça na cama, ligar o PC e seguir rumo às obrigações “tardais” havia sido alterada. Agora ela acordava, cumpria os rituais e só (bem) mais tarde, dispunha de um pouco de tempo aquela máquina. E só ainda fazia isso, porque sabia que por ora, por ali, seria a única maneira de poder respondê-lo. Estava demasiadamente chata, impaciente, triste. Seria talvez, uma depressão começando (logo ela, que sempre soube lidar tão bem com suas frustrações e seus Demônios, estaria agora baixando a guarda)? Seria a sensação de falta se transformando em muitas sensações (ele não tinha dito adeus e nem sumido do planeta, apenas havia se mudado e ficaria alguns dias sem rede)? Seria a vida soltando algum peso a mais, que talvez antes, por ser menos madura, não se dera conta (levantou de tantos tombos, ultrapassou tantos obstáculos, venceu tantas batalhas)? Quem é que sabe? Quem é que pode saber...

As férias estavam acabando, logo começaria a rotina detestável de horários e compromissos dos quais ela não teria como se esquivar. Então talvez fosse isso, ela detesta essa droga de ter que cumprir horários e compromissos, dos quais não pode recusar. Não, não era isso, embora detestasse essa situação, todavia soube lidar com isso. Então o que de fato vinha pesando? Tentou não dar ênfase a essa sensação, detestava estar assim, e detestava ainda mais que a vissem assim. A maioria das pessoas, sequer se davam conta do que de fato estava acontecendo com ela. Ela era discreta demais quando o assunto era ela e mais ainda quando o assunto era o que exatamente se passava dentro dela. Então raramente o que realmente sentia, se fazia notar. A menos por um olhar... E durante todo o dia pensou nele. E não só, mas também no respirar, no inspirar, no modo em que ele buscava ar, quando falava com ela. Lembrou da noite em que correrá desesperadamente para se despedir e não conseguira, e como era de se esperar, lembrou-se de muitos momentos. Quando estava prestes a chorar, a memória lhe trouxe o dia em que espremera o dedo na porta do guarda-roupa enquanto falava com ele. Já estava chegando em casa quando o celular tocou. Atendeu e somente acenando cumprimentou o zelador, que por sua vez, gesticulou como quem quer dizer algo. Mas ela não parou, não parou porque primeiro, estava ao celular, e segundo, não estava afim de conversar. Certamente seria uma fofoca ou algum aviso de manutenção. Estava cansada, pesada, eca demais para esse tipo de conversa.

Enquanto olhava os números no digital mudar, lembrou do dia em que conversava com ele e insanamente subiu as escadas para a ligação não cortar no elevador. Nem mesmo ela acreditou que foi capaz de fazer isso. Nem quando faltava energia ela subia as escadas. Deu risada outra vez, se lembrando das coisas bizarras que fazia com (por) ele. A sensação que estava sentindo durante todos aqueles dias, repentinamente apertou. Sentiu um nó tomar todo o espaço de sua garganta, sacudiu a cabeça por várias vezes rapidamente e enquanto prendia o ar, procurava as chaves na bolsa. Estava tão nervosa que o fundo da bolsa, parecia infinitamente fundo. Revirava de um lado a outro e não a encontrava. Disse a si mesma num tom baixinho “calma menina, calma, thá tudo bem”. A encontrou! Abriu a porta e sentiu no ar um perfume diferente. Amadeirado, mas também de temperos. Seu coração bateu acelerado e ressabiada deu alguns passos. Momentaneamente se viu num Déjà vu. Não, não seria possível... e ao tentar acender a luz sua impressão de estar num filme se dissipou.

Ainda no escuro, por trás das luzes das velas sobre a mesa, reconhecer a silhueta. Estava sentado na poltrona, as pernas ligeiramente cruzadas, uma das mãos apoiadas no braço da poltrona com a chave na palma e a outra coçava levemente o queixo. Era ele! Milhões de perguntas invadiram sua mente, formulou centenas de frases em frações de segundos, mas a única coisa que conseguiu dizer, ao correr para os braços dele foi... eu t(i) amo.
Por. Bell. B

2 comentários:

  1. Oi Bell... cheguei aki por um comentário que vc deicou no meu blog tempos atrás rs... li parte do seu texto muito bem escrito (meu trabalho não me dexia ler muito rs) mas sei q vc escreve bem deu pra notar. Visita minha pagina no face (https://www.facebook.com/pensamentos.d.vacuo) se gostar, curti ela tb rs bjo pra vc... (vc comentou esse texto meu http://pensamentosdovacuo.blogspot.com.br/2012/01/almas-gemeas.html

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  2. ... Não soltaram um a mão do outro em nenhum instante. Nem mesmo no banho se soltaram, no caminho de retorno do banho também não... a mão fraquejou apenas no ápice daquele momento mágico, unico.


    ... a prima disse que deveriamos escrever um livro... e eu me pergunto por que quando é pra ti eu não consigo escrever pouco, eu não consigo encolher o escrito? Ah sim... porque amor não tem resumo né? Amor é por inteiro, verdade!

    T(eh) amo

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