19 janeiro 2013

Puro... Natural

O visor do celular estava prestes a exibir 14:00 (o alarme já iria tocar), mas devido a alguns ruídos, acabou por despertar, antes que a música começasse a tocar... (Detestava "pi-pi-pi-pi" ou qualquer outro barulho "chato" logo que acordava. Na verdade, detestava era acordar. Não que quisesse dormir pra sempre, mas um dos seus maiores "Pecados Capitais", era de fato a preguiça, e quando podia, dormia mesmo, quase parecendo desprezar estar viva). Porém, naquela tarde, tinha compromissos, então querendo ou não, teria que se levantar. E mesmo tendo acordado segundos antes do alarme soar, já estava "meio" atrasada, pra variar. Enfim, levantou-se sem fazer "preguicinha" e como de costume, muito mal-humorada. Bateu o dedinho no botão do PC, e enquanto o deixou ligando, foi ao banheiro cumprir os rituais matinais (no caso dela... "tardais"). 

Enquanto se olhava no espelho (descabelada, cara amassada, olheiras... toda inchada), fixou os próprios olhos no espelho, se encarou por alguns segundos e achando estar só pensando, murmurou... "Hoje mato vocês!".  Ao se dar conta do que tinha acabado de dizer, sorriu, mas não pela coragem em declarar em alto e bom tom o crime, mas pelas palavras que do espelho voltaram... (prefiro as molinhas!). Sacudiu a cabeça, continuou a escovar os dentes e não conseguiu mais, prender o sorriso. Aquela frase parecia ecoar em sua cabeça. E a cada vez que ela surgia, ela dava de ombros, e fazia caretas. Parecia estar respondendo, desfazendo da critica de alguém. Vira e mexe soltava um "vai se foder..." e sorria ainda mais largo e gostoso. Fez tudo que tinha que fazer, apanhou a bolsa e saiu.

Quando estava prestes a ligar o carro, lembrou que tinha deixado o PC ligado, antes de dar a partida quase pensou em subir. Mas o digital no painel a fez dar partida e sair. (estava atrasada, muito atrasada) Ligou o rádio e quando ia conectar a pen drive, uma música a fez parar. Estava repetindo o refrão ("um dia me disseram que as nuvens não eram de algodão...") enquanto se olhava no retrovisor. Os olhos pareciam duas bolas de fogo devido ao brilho. Só voltou a si, quando escutou um coral de buzinas. Nem ligou, aumentou o som e seguiu. Quando chegou ao seu destino, estava mais ou menos com 40 minutos de atraso. De cara foi mandada para o lavatório. Ao se sentar na cadeira, pode imaginá-lo sentado na sala de espera, imaginando-a em um "abatedouro", se revirando de raiva por não ter autoridade para fazê-la desistir daquele crime hediondo e detonando os cantinhos do dedo. Riu alto, mas tão alto que a garota que estava lavando seus cabelos, não se conteve e perguntou: - Dá pra dividir comigo essa alegria? 
Sem qualquer rodeio respondeu: - Claro que sim, é que se certa pessoa estivesse aqui agora, talvez chamasse a policia pra mim. Ele não gosta que eu faça isso com o meu cabelo. Prefere as molinhas...

Enquanto o massacre as pobre "molas" aconteciam, ela colocada em um lugar reservado, devido ao cheiro forte do produto, pensava... De onde estava, a vista era linda. Um terraço... O céu estava lindo, carregado de nuvens por todos os lados e tão azul que doíam as vistas (a essa altura ela já não sabia se doía pela claridade excessiva ou pelo produto em sua cabeça, exterminando os seus cachinhos), já estava ali por um 20 ou 30 minutos, quando viu uma nuvem formar um coração. Na hora se lembrou da foto que mandou pra ele, quase no mesmo formato, bem no alto da sua janela. Apertou os olhos, e murmurou... "essa carinha triste vai além do meu delito "nénão" meu menino...? Vai ficar tudo bem, vai sim!" Ficou ali pelo tempo que tinha que ficar, mas seu coração começou a apertar. Sabia/sentia que ele não estava bem, e mesmo rindo com as coisas que estava fazendo, por saber como ele responderia a isso, o que sentia/sente por ele, ultrapassou aquele momento "alegria". Bateu nela um remorso por não ter checado o e mail antes de sair, que quase que sai do salão com a "melequeira" na cabeça. Enfim... fez tudo que tinha pra fazer, e mais tarde voltou pra casa. Já tinha respondido o e mail, mas ele tinha respondido seu post. E quando ela leu/ouviu e se deu conta da "singularidade" entre eles, da "sintonia", quase entrou em choque. De tarde ela tinha soprado para as nuvens que ficaria tudo bem, na mesma tarde ele ouvira da lua que ficaria tudo bem. Naquela tarde, eles se falaram sem falar, se sentiram sem se tocar. Se entenderem sem se olhar. Místico? Mágico? Surreal? Que seja... porque só sente/vive/sabe o que é isso, quem sente esse amor assim.
Puro... Natural!
Por. Bell.B

Um comentário:

  1. Li uma vez, chorei... li a segunda, chorei de novo... aí fui responder o mail... aí voltei, acabei lendo de novo e... afffffff, chorei de novo! Takiopariu CB... takiopariu!

    te amo

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