Eu sou bem assim, ora digo que quero sumir, noutras quero me
guardar dentro de você. Minha língua se enrosca com as palavras, mesmo
quando estou com o discurso ensaiado na ponta dela. É foda... Eu não
consigo exercer a educação que me foi passada quando to puta, to puta de
raiva. E meu analista já me disse que falar palavrões é terapêutico.
Então foda-se se eu não sou como aquelas garotas meigas e doces. Eu não
tô nem ai pro que acham ou pensam de mim. Ser como sou, não implica em
ser alguém que só se importe com o próprio umbigo. Mesmo parecendo ser
isso. A verdade é que eu me importo sim, eu me importo demais com tudo,
com as pessoas, com o mundo. E não ser capaz de carregar tudo nas costas
ou abraçar de uma vez só todo o mundo, me deixa assim. Revoltada...
Então pra dar certo, ou ao menos tentar dar. Ignore as minhas crises de
TPM'M, grita de volta quando eu aumentar o tom e me sacode mandando eu
calar a boca, e em seguida me puxa pro colo me levando pra cama.
Dormir!? Fazer amor?! Discutir?! Trepar?! Tanto faz, mas que seja no mesmo lençol, do mesmo lado da cama. Ignora
meu choro que rompe do nada, ri comigo das infinitas abobrinhas que
contrastam meu lado intelectual, mostra pulso. Aquiete meu lado
autoritário e egocêntrico a pulso. Ele não é tão forte assim quanto
parece ser. E não me conte histórias... Odeio os contos de fadas, onde
os príncipes são Mauricinhos e chegam montados no cavalo branco. Doma o
leão que guardo no peito. E foda-se o muro que construí. Dá com a sola
do pé na porta e arrebenta, me arrebenta! Entra, invade, toma. Não sou
de ninguém, nem de mim mesma. Preciso que cuidem de mim, melhor do que
tenho cuidado de mim mesma...
Por. Bell.B
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