13 novembro 2013

Dentro de Mim

Eu juro que tentei... Eu tentei esquecer, deixar passar, abstrair! Eu segui rumo ao oposto dos teus passos. Me permiti conhecer e me envolver com outras pessoas e sempre que eu estava prestes a conseguir, algo aqui dentro me fazia desistir. Muitas noites vaguei por ai em busca de respostas (porque sumirá assim?), a procura de fuga (saia de dentro de mim!), atrás de uma escapatória que me impedisse de voltar (a pensar em você, mais do que você pensa em mim, se é que pensa mim). E ao final da noite, perdida e novamente sozinha, amanhecia o dia, e o meu primeiro pensamento era/é você. Definitivamente não sei mais o que fazer, não sei para onde correr, pois todos os caminhos que sigo, me levam direto a você. Me pego sentada na calçada de frente pra sua casa, os fones de ouvido no máximo tocando uma lista infinita que compõem a nossa história, fazendo com que eu fique completamente paralisada no tempo. Como se nada tivesse de fato, chegado ao fim (e não chegou/chega pra mim), como se eu estivesse sentada ali, apenas por ter perdido as chaves. Isso tudo é tão complicado pra mim. Você nem mora mais lá, sequer sei agora do seu paradeiro, e continuar vindo aqui me deixa tão, tão... puta comigo mesma! E o mais estranho nisso tudo, é que mesmo sabendo que não está, ainda assim puta de ódio, assim que piso nessa maldita calçada, assim que encaro os vidros embaçados de poeira e caminho por esse quintal abandonado e repleto de folhas mortas, me sinto viva! Consigo voltar no tempo, me vejo correndo de você, te vejo sentado na varanda com um livro qualquer e um cigarro meia vida entre os dedos, nos vejo jogados no gramado olhando o céu numa dessas noites quentes de verão, observando a lua e as estrelas. Em um daqueles momentos que sequer ousamos interromper um o silêncio do outro. Naqueles momentos em que dávamos as mãos e em sincronia respirávamos acompanhando somente as batidas do coração.

Eu juro que tentei... Eu tentei abandonar os velhos hábitos, eu até comecei a frequentar novos lugares na esperança de que pessoas diferentes e estilos diversos me fizessem despertar outros interesses. Mas era/foi/é em vão. Coisas diferentes me despertavam/despertam uma vontade absurda de contar a você detalhadamente o que "aquela novidade" me fez/fazia/faz sentir. Canções diferentes me despertavam/despertam o interesse de saber o que você acharia depois de ouvir. Os novos romances que li, os novos vídeos que editei, os filmes que assisti, todas as imagens que salvei em sites por ai, tudo, sem uma exceção sequer, me levam diretamente a você. Eu não sei mais o que fazer, nem para onde ir. Tudo que eu faço na tentativa de te esquecer, me fazem pensar ainda mais em você. Eu não tenho paz, eu não consigo encontrar maneiras de fazer com que você desapareça dos meus pensamentos. Já procurei por ajuda profissional, já comecei e interrompi tratamentos. Já queimei tudo que tinha teu aqui. Eu quebrei a casa inteira, mudei a cama de lugar, destruí aquela maldita banheira. Tirei tudo da reta que podia e me fazia/faz lembrar você. E quando por fim, não restava mais quase nada dentro de casa, quando me deparei com os cômodos todos quase livres de todo e qualquer objeto ou móvel que poderia me remeter a você, foi que me dei conta... Eu posso queimar, jogar fora, mudar tudo e qualquer coisa de lugar. Eu posso deixar de ver filmes românticos, não mais ler livros, destruir os fones de ouvido, tatuar qualquer coisa por cima de todas as tatuagens que já fiz, mas nada que eu faça por fora na tentativa desesperada de te esquecer, ira apagar/tirar/sumir/arrancar você daqui... De dentro de mim!
Por. Bell.B

2 comentários:

  1. Ele ainda se senta na laje, violão no colo e cantarola qualquer música, compõe melodias sem o menor sentido, vez por outra se deita na laje e fica olhando o dia morrer ao leste. Nesses dias de começo de verão ele se deixa procurar uma nuvem no céu, como se existisse, mas não... a TV falou o que afastou as nuvens, o quê era mesmo? Ah sim, um ciclone extra-tropical... isso explicaria com folga os dias quentes. Não, não era culpa do aquecimento global, eram só falta de nuvens. De sombras. Afastou os lábios pensando tudo isso e ouviu num sussurro "... dela...?" a dúvida lhe pareceu pesar. Não tanto quanto antes, afinal, ela tinha o endereço de aqui...

    ps.: Quando li o titulo lembrei de uma música do rosa tattoada (pois é, eu gosto dessa banda estranha) só que o titulo era "... fora de mim, dentro de você..."

    ResponderExcluir
  2. Uma pessoa que deixa vc num estado assim, só pode ser um completo babaca.

    ResponderExcluir

Obrigada por partilhar comigo, o que você pensa!