Dedilhava as marcas em sua pele e era capaz de sentir na ponta dos dedos o relevo da alma... By.CB
27 novembro 2012
21 novembro 2012
Oito



E com suas confusões, com seus conflitos, com seus sentimentos apertados e espremidos dentro do peito, ainda assim, ela sorri. Sorri por saber que mesmo com todos os seus defeitos, com todas as suas escolhas, com toda a distancia e ausência, ele ainda a escuta em seu silêncio. Ele ainda a vê em livros, ele ainda a escuta em canções. Ele traceja sorrindo o número 8 deitado, da mesma maneira que ela sorri, quando vê o reflexo dos olhos dele, no 8 deitado em seu quadril quando de costas, olha no espelho.
Por. Bell.B
16 novembro 2012
Bilhete
Um bilhete deixado horas atrás indicava seu fracasso. Não esperou. Ao procurá-lo pelos cômodos, sentia que não estava mais ali. Ele se fora, deixara um bilhete e algo mais. Uma sensação. Um daqueles sinais que o cosmos ou o desespero dão para o coração quando quem se ama passou por ali, como um aviso, um sinal. Por mais que ela corresse apressada pelas ruas, remasse com toda sua força contra a maré, não era o suficiente. E doía enxergar que não era o suficiente. Doía pensar que, enquanto o fazia seu mundo, ela nada mais era do que uma ruazinha escura em que ele passou ao errar o caminho. O que tinha que ser, era. E os sinais eram claros, brilhavam escrito nas estrelas que não era pra ser. Não agora. Em outro tempo, outro lugar, outra vida, quem sabe. Definitivamente, não agora. Mas ela queria tanto, tanto que fosse. E ignorava, lutava, gritava pedindo ajuda. Não bastava apenas ela querer, ele deveria querer também. Mas o bilhete - ah, bilhete cruel e sem uma gota de sentimentalismo barato que ela tanto queria - indicava que estava só em um barco à deriva. Mais uma vez a vida lhe pregara uma peça, pensou angustiada. Tanta vida vivida e tanta ferida dentro do peito. E por qual motivo? Por qual razão? Meu Deus, alguém por favor responda! Ela pensara que encontrara. As músicas faziam sentido, o pulso acelerava e perdia a fala ao ver seu rosto lhe sorrindo enquanto caminhava em sua direção, transbordava de alegria por todos os cantos. Até o bom humor havia voltado! E se fora. Fácil, como se fosse apenas uma miragem, um sonho bom que teve um dia antes do aniversário tamanha alegria que sentia, um presente dado por um ente querido. Ela ficara, cega, tola, boba. Com um nó no estômago que não queria desatar. Confusa. Simplesmente… Confusa. Que é que a gente faz quando a vida te deixa um bilhete em cima da mesa e dá as costas? Que é que a gente faz quando não sabe o que fazer?
Por. Gabriela Santarosa
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Gabriela Santarosa
09 novembro 2012
S.S.S
Minha verdade espantada é que eu sempre estive só de ti e não sabia. Agora sei: sou só. Eu e minha liberdade que não sei usar. Grande responsabilidade da solidão. Quem não é perdido não conhece a liberdade e não a ama. Quanto a mim, assumo a minha solidão. Que às vezes se extasia como diante de fogos de artifício. Sou só e tenho que viver uma certa glória íntima que na solidão pode se tornar dor. E a dor, silêncio. Guardo o seu nome em segredo. Preciso de segredos para viver.
Por. Clarice Lispector
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Tormenta
08 novembro 2012
Não Volto
As horas continuam correndo e se dessa vez você não vier, eu também não vou. Se você não disser que está com saudades, eu também não vou dizer. Vou fazer o inverso dessa vez. E não espere eu trocar esse inverso por indiferença. Ainda me importo e ainda estou aqui. Então se resolve. Decide se vem e se fica. Decide se me quer de volta. Porque ainda dá tempo de continuarmos de onde a gente parou. Mas se você demorar mais um pouco. Eu vou e não volto.
Extraído do Livro/Filme - Querido John
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